sexta-feira, 12 de junho de 2009

“Nem acertei. Se não acertei, não conta. É como se não tivesse atirado nada.”

Lógica de criança é muito bom! E stava eu, depois de um dia inteiro na faculdade, indo para uma reunião de trabalho. Pra não chegar atrasada, peguei um daqueles típicos metrôs da hora do rush.

Uma estação depois entra uma família composta por pai, mãe e duas filhas pequenas. Elas ‘ganham’ um assento e as três se sentam. O pai continua sem lugar pra sentar. Eis que a menorzinha das meninas pergunta, como que indignada:

-Você não vai sentar, pai?

(O fato é que, nem se ele quisesse sentar-se ao chão, conseguiria espaço!)

Algumas estações a frente...:

- Gabriele, cuidado! Não empurra que eu já estou apertada aqui.

(Vale lembrar que a mãe estava sentada com duas meninas no colo, e utilizava apenas uma metade daqueles bancos superconfortáveis do metrô)

-Pra fazer xixi?

- Não!

-Cocô???

(Risos)

- Ai menina, fica quieta, não me mata de vergonha..!

-Que estação nós estamos?

-Carrapato!

-Carrapato?

-Não!! É calafate. Nem é, já é gameleira.

- Carrapato! Ah! Pai, você disse carrapato!! Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapate. Carrapato. Carrapate. Carrapato. Carrapate. Carrapato. Carrapate. Carrapato. Carrapate! Olha mãe! Estação Carrapate!

- Menina, fica quieta, já cansou.

Adoro a capacidade de lógica, de argumentação e de associação que as crianças têm.

Mas definitivamente detesto a falta de tato com que os pais tratam todas as questões que envolvem criatividade e expressão...Por que, ao receber uma provocação do pai, a menina deveria ficar quieta? Não! Tem mais é que reagir! Tem mais é que responder, sintetizar, criar e o que mais ela quiser...oras!

Ah...Os pais nunca vão se lembrar de como eram na infância...


Mas tudo bem, o que vale é a intenção!

(“Não, o que vale é acertar...”)

Nenhum comentário: