domingo, 11 de novembro de 2012

~exercise~ [acho que o final devia ser outro]


- Pois não, senhor? De que se trata?

- Biscoitos, senhorita! Trago biscoitos.

- Ah sim, mas eu não posso comê-los agora. Meu trem já vai partir e além do mais minha mãe não me deixa comer fora de hora.

- Basta guardar para depois, então. Estão deliciosos!

- Garanto que sim! Vejo pela satisfação do senhor, mas mamãe realmente não permitiria. Mesmo que eu os guardasse. Não gosta que eu coma doces.

- Então façamos o seguinte: você a pede e veremos a resposta. Caso seja não, não volto a importunar-te, prometo.

- (a expressão da menina muda completamente) Não será possível, senhor.

- Pois deixe de bobeira...eu mesmo a perguntarei, caso desejes. A não ser que não queira provar de meus deliciosos biscoitos!

- De jeito nenhum, eu adoraria prova-los mas o senhor não entende, não será possível. Desculpe.

- Eu mesmo a oferecerei, está decidido! Como é o nome da ilustre senhora sua mãe?

- (volta a sonhar) É Carlota...

- (interrompe) Pois então, D. Carlota, bom dia (cutuca a dama ao lado da menina)

- (grita tentando impedi-lo) Senhor não!

- O que há de mais em oferecer biscoitos, garota? É apenas o meu trabalho...(volta) D. Carlota...

- Senhor, pare! (cochicha) Essa não é a minha mãe. E, por favor, não nos importune mais.

Ele sai. Na estação outras crianças brincam de pertencer à famílias que não são suas, à viagens que nunca farão.

Nenhum comentário: