sábado, 5 de julho de 2008

Eu quero falar...
Começar e ir continuando até a boca doer, o cérebro cansar, dar cãibra no ouvido.
Mas não sei exatamente sobre o quê eu quero falar.
Na verdade, às vezes me pergunto se é necessário falar.
Para mim, para o outro, pros que vão ouvir por gosto e pros que vão ouvir por falta de opção.
Eu quero dar uma opção. Deixar essa lacuna, esse espaço em branco pras pessoas que quiserem (só as que quiserem) marcarem um 'x' como se dissessem: "Sim, eu topo escutar toda essa bobagem que você quer falar hoje achando que é tudo coisa da sua cabeça, mas que 50 anos atrás, alguém já dizia e também achava que era invenção própria sem saber que 50 anos antes um outro alguém passara pela mesma situação indefinidamente repetida! Fique à vontade, comece quando quiser: Sou todo ouvidos!"

E aí eu vou ficar calada, porque vou perceber o quão inúteis são as palavras...Vou perceber que não importa o quê ou como eu diga, sempre vai ser uma imitação de alguém de algum tempo...mesmo sem saber, sem querer.
E que independentemente do que eu queira expressar, não basta que o outro me ouça. Não basta que ele me veja. Ele precisa sentir. E o sentir está muito além (e ao mesmo tempo aquém) das palavras. Muito além dos gestos. Talvez, seja até melhor que ele não me veja ou ouça.
Perder um dos sentidos aguça os outros.
E eu não quero perder a chance de me expressar. Por isso, a partir de agora vou ficar calada.

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