terça-feira, 29 de julho de 2008


Pus um CD antigo de uma banda que eu gosto. Escutando as músicas, cantando junto eu comecei a me lembrar de como elas antes eram significativas e hoje só um ritmo bom. Aquelas letras mais apaixonadas [...super de direita conservadora...] que na época eu sonhava um dia escutar, esperava que alguém as dedicasse para mim: Um príncipe encantado num cavalo branco.
Ah se naquela época eu soubesse o que eu sei hoje!
Não acho mais tanta graça nas falas melosas nem acredito em pra sempres. Inclusive sei que encantamentos têm prazo de validade e prefiro os cavalos pretos. E que eles fiquem na fazenda!
Sou muito mais feliz agora que tenho um pé na esquerda radical sabendo que posso voltar a qualquer hora pra direita e manter meu livre acesso às duas alas [assim, bem vira-folha mesmo!]. Posso acreditar no que quiser sem me esquecer de que nada é de verdade!
Afinal de contas nada melhor do que um te amo pra sempre que se sabe mentiroso!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Para uma amiga que virou esposa ou Vice-versa

Sofrer não é chorar. Chorar não é sofrer.
Amar não é cantar. Cantar não é amar.
Rir não faz feliz. Rir não faz cantar.
Encanta, Ama,
Chora E ri!


Aproveita o choro ainda que não caiam lágrimas
E ria o riso porquanto ele for engraçado.
Amar não é assim tão importante quanto parece ser.
Portanto ama e deixa que o infinito
dure a eternidade de um segundo bem vivido.



domingo, 20 de julho de 2008

O essencial nunca muda

Em tudo, sempre: O essencial nunca muda.
É verdade....
Quando a gente quer que mude, continua igual.
Aquilo que todos acham que está diferente...continua igual.
Até a cor dos cabelos voltam ao original.
(não sei o porquê desse último comentário, talvez seja a bobisse de sempre que também não mudou!)
O que a gente sente, pensa, faz. Não muda. Nunca. Ou melhor, até muda, mas não radicalmente quanto possa parecer. O que acontece é que se faz agora o que sempre se quis mas nunca se fez. Basta.
O que os outros são, fazem. Não muda. Nunca. Muda o endereço, às vezes o nome, algumas vezes nem isso.
Isso algumas vezes é bom...outras vezes cansa.
Eu me canso.
O outro também.

Mas consolamos nosso cansaço juntos, e isso é muito bom!

fds

Pois é...
esse final de semana serviu para muitas coisas!
...Primeiro eu fiquei sabendo que a Dercy Gonçalves tinha morrido enquanto jogava máfia (ela não, eu!). Depois eu tive certeza de uma coisa que eu gostaria de não ter tido...depois tive uma dúvida que eu preferia que fosse verdade...tive uma confirmação de algo já suspeitado, e um papo-super-cabeça sobre isso tudo. Só que o problema é que eu cheguei a conclusão de que meu vocabulário restringiu-se a "Tipo isso"; "Não tem condição" e "Pronto!". Mas o pior, ou o melhor, já não sei, é que com essas três dá pra conversar um tempão! Cansa, mas elas respondem a tudo, simplesmente! kkkkk...Não tem condição! Pronto....É tipo isso!!
hahahahaha.....

sábado, 12 de julho de 2008

De lá

Do alto da sua onipotência percebeu que era preciso parar e escutar.
Percebeu que era possível cair, errar...
Do alto da sua inocência, viu que ainda era cedo para tentar refazer o que ainda não havia sido feito.
Percebe-se que o que ainda não foi dito só espera para sair da boca de uns ou outros destraídos.
Sinto muito, pensou. Agora não era mais questão de querer.
E aquele que um dia parecia perfeito agora soa como um simples talvez.
E é assim por várias vezes, irrefletidamente repetido.
As dúvidas, antes sobre um assunto, agora se revertem para outro campo. O tema é o mesmo.
"A matéria é a mesma, a disciplina é que muda". Escuta a memória repetindo ao fundo.
E ela grita, esperneia. Essa tal de memória sempre quer nos ajudar, mostrar um bom caminho, dar um bom conselho. Mas não adianta. O coração é surdo.

: Dois pontos


- Isso não faz o menor sentido
- Você nunca teve sentido
- Eu sinto muito
- Eu não sinto mais nada.
...
- Lembra quando íamos juntos naquela direção?
- Eu nem sei mais qual era a direção
- Você me deixa perdido
- Nós nunca nos encontramos de verdade
- Me deixa em paz?
- Me deixa?
- Eu te amo
- Não vale a pena
- A culpa é sua
- Não fui a única que errou
- Não me leve a mal
- Eu não quero mais ter que te levar
(Silêncio)
- Eu fico por aqui então
- Eu desço na próxima
- Um dia a gente se vê?
- Você é quem sabe!
- Um beijo.
(Sai)

[Final 1]
- Eu te amo.

[Final 2]
- Nem um a mais.

[Final 3]
- Bj.

[Final 4]
- Adeus.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Hoje me ponho a falar loucamente e pelos cotovelos. Talvez não me ouças. Ou talvez até me ouças, mas não me entendas. E esse era todo o meu medo: achei que era suficientemente clara, mas percebo que nossa comunicação não é tão eficiente assim. Percebo que talvez nem haja comunicação. Talvez o que se disse não tenha sido dito, ou não tenha sido escutado. Algo ficou no meio do caminho, não foi ou não voltou...de modo que agora eu não sei o que realmente escutaste nem o que realmente disse. Minha vontade, de verdade, é que nada tivéssemos tentado nos dizer. Nem por um momento, nem por nenhum sentido.

domingo, 6 de julho de 2008

enchantagem

de tanto não fazer nada
acabo de ser culpado de tudo

esperanças, cheguei
tarde demais como uma lágrima

de tanto fazer tudo
______________________________parecer perfeito
você pode ficar louco
ou para todos os efeitos
suspeito
de ser verbo sem sujeito

pense um pouco
beba bastante
depois me conte direito

que aconteça o contrário
custe o que custar
deseja
quem quer que seja
tem calendário de tristezas
celebrar

tanto evitar o inevitável
in vino veritas
me parece
verdade

o pau na vida
o vinagre
vinho suave

pense e te pareça
senão eu te invento por toda a eternidade

[Paulo Leminski]

28-06-08 No Palácio das Artes após assistir ONCE, esperando para assistir TODOS OS SENTIDOS EM TODOS OS SENTIDOS.

Pessoas bobinhas tem em todos os lugares, já viu? Chega toda bobinha, faz bagunça e finge que nada aconteceu.
[E que diabos fazem aquelas galinhas em exposição? Será que elas dormiriam em redes?]

Seriam 5 minutos suficientes para resolver uma vida? Seriam o bastante? Se um advogado acompanhasse, esses mesmos 5 minutos se diluiriam e diminuiriam? Seriam forçados a isso, acho.
Enquanto ela conversa desesperadamente ao telefone, sob protestos da amiga, um senhor (feliz) vestido de verde da cabeça aos pés cumprimenta os guardas municipais que acabaram de passar.
Era tudo verde, mas as meias eram vermelhas. E o casaco também, para combinar. Sentou-se no café e mexia nuns papéis. Organizava. Lia. Assim como a moça da mesa de trás. Mas agora não lia mais. Cansou-se, deitou.
E o resto do mundo nem parou. Nem mesmo reparou que isso acontecia. Mas não tem importância: tudo já virara lixo nos papéis dobrados que o homem de verde calmamente descartou.



[Detalhe post script:]
O homem de verde pintava envelopes.
Multicoloridas saudações:
Venham elas pelos correios ou permaneçam apenas em exposição.
(02/07/08)

sábado, 5 de julho de 2008

Eu quero falar...
Começar e ir continuando até a boca doer, o cérebro cansar, dar cãibra no ouvido.
Mas não sei exatamente sobre o quê eu quero falar.
Na verdade, às vezes me pergunto se é necessário falar.
Para mim, para o outro, pros que vão ouvir por gosto e pros que vão ouvir por falta de opção.
Eu quero dar uma opção. Deixar essa lacuna, esse espaço em branco pras pessoas que quiserem (só as que quiserem) marcarem um 'x' como se dissessem: "Sim, eu topo escutar toda essa bobagem que você quer falar hoje achando que é tudo coisa da sua cabeça, mas que 50 anos atrás, alguém já dizia e também achava que era invenção própria sem saber que 50 anos antes um outro alguém passara pela mesma situação indefinidamente repetida! Fique à vontade, comece quando quiser: Sou todo ouvidos!"

E aí eu vou ficar calada, porque vou perceber o quão inúteis são as palavras...Vou perceber que não importa o quê ou como eu diga, sempre vai ser uma imitação de alguém de algum tempo...mesmo sem saber, sem querer.
E que independentemente do que eu queira expressar, não basta que o outro me ouça. Não basta que ele me veja. Ele precisa sentir. E o sentir está muito além (e ao mesmo tempo aquém) das palavras. Muito além dos gestos. Talvez, seja até melhor que ele não me veja ou ouça.
Perder um dos sentidos aguça os outros.
E eu não quero perder a chance de me expressar. Por isso, a partir de agora vou ficar calada.

Não

A resposta para uma pergunta que eu postei há algum tempo é:
Não, você está enganada...terrivelmente!!
Mas no fundo, já deveria saber disso!
E a resposta, de fato, é NÃO!

30-05

Ontem apaguei todas as mensagens inúteis que ainda estavam no meu celular. Inúteis...de fato. Pra que me serviriam antigas declarações de amor que se tornam mentiras maiores a cada dia que passa? Li (Algumas, por que a preguiça já toma conta de mim até para ler...) e apaguei. Minha caixa de entrada que estava cheia e já não cabiam as mensagens novas que chegavam, ficou espaçosa...acredite, eu ainda guardava 100 desses textos um dia tão significativos e hoje tão inúteis...
Todos pro lixo! Raiva? De forma alguma.... Alívio? Também não sei se seria a melhor descrição...Simplesmente joguei fora as coisas que não me serviam mais! E isso é, digamos, prazeroso!
Lendo e apagando esses antigos textos, eu percebi o quão vulneráveis e bobinhos ficamos quando estamos apaixonados. Quanta bobagem a gente fala, escuta, aceita e até acha graça! Recebemos uma inacreditável inspiração para falar besteira, fazer piadas sem graça, sem nexo e acreditar que isso tudo é o máximo!!
O amor é uma droga, que entorpece o sujeito em escalas inacreditáveis! Gritamos a nossa grandiloqüência em alto e bom som para mostrar ao mundo o quanto é bonito o nosso amor, como ele é melhor, mais completo e absurdamente inexplicável: tanta coisa boa junta assim não poderia ser coincidência! Estava escrito que iríamos nos encontrar, vamos ficar juntos pra sempre, eu sempre te amei, tenho certeza de que foi por você que eu procurei por toda a minha vida. Nunca mais vou amar ninguém assim, tenho certeza de que fomos feitos um para o outro!

Cof...Cof...

Por Baco...Só de respirar essa poeira eu já fiquei assim! Não, não tem condição! Depois ainda me perguntam porque estou jogando fora...!