Tem muita coisa em que eu não acredito, coisas que eu não
compartilho, coisas que eu não gosto. Também tem uma porção de coisas que eu
não gosto mas respeito. E tem um tanto de coisa que eu não sei se gosto, se
respeito, se não entendo, se não conheço...
Mas eu vejo tanta intolerância, tanta falta de vontade de
compreender o outro, de receber. Tanto medo do outro. Como se o que vem de fora
tivesse que, necessariamente, nos invadir, nos mudar. Será que é tão difícil conviver
com o diferente? Por que não podemos apenas aceitar o alheio? Se o outro gosta de verde,
eu preciso mudar meu gosto e deixar o vermelho pra lá? Ou podemos, cada um a
sua maneira, gostar das nossas cores sem que isso interfira negativamente na
vida do outro?
Eu vejo uma grande preocupação com o que o outro vai pensar.
E pouca preocupação com o outro. Com o bem estar do grupo. Com a harmonia.
Tenhamos mais comunhão. Da verdadeira. Mais respeito, menos
desejo de mudança do outro para que ele fique mais igual a nós mesmos e mais
vontade de ser igual ao outro para entender como é ser alguém que não você
mesmo. Mais compaixão (que me ensinaram um dia que era a capacidade de se
colocar no lugar do outro. Não sei se é, mas guardei como sendo e não me fez
mal).
Mais amor, por favor.
Tomara meu Deus, tomara / Que tudo o que nos separa / Não frutifique, não valha / Tomara, meu Deus