domingo, 17 de novembro de 2013

Minha cabeça está rodando e eu estou lutando incansavelmente para entender o ser humano.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Da invenção das coisas

Certa vez, me perguntando quem inventava as vidas,
percebi que eram criações complexas demais para serem escritas por homens.
Só uma criatura demasiadamente complexa é capaz de formar outra com tal complexidade.

Logo – concluí – as vidas só poderiam ter sido inventadas por mulheres.
Ou ornitorrincos, é claro.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Para as pessoas que estão firmes e fortes nas manifestações, nas ruas ou online

Por favor continuem mas não se esqueçam de que lutar pelos seus (nossos) direitos não é apenas sair às ruas com dia e hora marcados.
Lutar por direitos tem que ser todos os dias, em cada pequena coisa.
Lutar por direitos é, inclusive e principalmente, não trocar o direito do outro pelo seu. 

Além disso, não vamos misturar as coisas. Violência e vandalismo são horríveis e desnecessários em qualquer lugar, vindos de qualquer pessoa. Não é pior porque vem da polícia e não é menos ilegítimo porque vem de manifestantes.

Manifestação não é igual a baderna. Desorganizados fomos sempre e sempre nos ferramos. Agora que começamos a reagir ao que está errado (e tem muita coisa), se continuamos desorganizados, continuamos errados. E continuamos nos ferrando.

A Copa não é novidade (sei que os movimentos contra ela também não) e CONCORDO plenamente que seja um ótimo momento para reivindicações, insatisfações (que também têm a ver com o evento) ganharem visibilidade. Porém vocês estão (ou deveriam estar) contra o que foi feito e mal feito com a copa como suporte e desculpa. Que estejam contra a FIFA também vá lá. Mas as pessoas que estão nos estádios não são o alvo. Não são as culpadas por isso.

Não me venham com conversinhas de "pagaram uma bagatela para estar lá dentro e nem sabem o que se passa no país". Primeiro porque era (é) possível comprar ingressos por R$28,50 (e paga-se muito mais por outras coisas por aí). Segundo que é querer ser muito prepotente de se achar o único a saber o que se passa no país. Terceiro que se elas estivessem em outro país, pagando muito em passagem, visto, passeios turísticos, hospedagem E ingresso para estrangeiro vocês estariam achando lindo e chique. Quarto que no meio dos brasileiros, há estrangeiros nos estádios que ABSOLUTAMENTE NÃO TÊM CULPA das nossas faltas de direitos e esquizofrenia política.

Por último, não queiram fazer NADA só porque está na moda. E com isso, eu quero pedir que SE INFORMEM. Muito, desesperadamente, incontrolavelmente. Devorem informações de todas as fontes e AS COMPARE. Tirem suas próprias conclusões, não entrem em ondas: PENSEM. E que esse desespero por informação não acabe com o fim das manifestações.

Se o gigante acordou mesmo, então mantenham ele (d)esperto. Pra sempre. Não sejamos aquele povo desmemoriado que sempre fomos.

QUEM TEM QUE IR VOTAR ANO QUE VEM É ESSE GIGANTE DESPERTO E CONSCIENTE.

"Advice for the young at heart /Soon we will be older /When we gonna make it work?"

domingo, 19 de maio de 2013

Diz se é perigoso a gente ser feliz

"And though she feels as if she's in a play. She is anyway."


We're always in a play. I'd rather be in a play all the time. In a play we always know how it ends:
The audience goes. The curtain falls. We clean up our make up and go home.
Sometimes we go drunk before we go home.

And in the day after, there we go again. The same texts, same words, same make up, same costume, another audience. Another play, but still the same. We always know how it ends.


"Olha! Será que é uma estrela, será que é mentira, será que é comédia, será que é divina a vida da atriz?"

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Mil quereres



Eu não precisei que você se casasse para que a vontade, aquela velha companheira, fosse embora.
Muito pelo contrário.

Eu não sei da sua vida. Não sei do seu destino. Não sei dos seus planos (se é que você tem algum). É bonito viver sem planejar a longo prazo. Dá uma sensação de liberdade, de desprendimento. Mas a verdade é que isso é pura insegurança e imaturidade. Chega um dia em que é preciso planejar. Se não planejar, pelo menos querer. 

É preciso parar e pensar: Ano que vem eu quero estar em Londres. Sentada num café, conversando em inglês com um alemão aleatório que também estará por lá. Daqui a três anos quero estar morando na rua, porque quero sair de casa e ser uma homeless fazendo mochilão pelo Brasil (uma pena que irão me prender por vadiagem).

Isso não significa que estarei em Londres ano que vem. Mas significa que até lá, minha vida será direcionada pra isso pois foi o que eu decidi. Três anos é muito tempo pra fazer escolhas? Tudo bem, comece querendo para daqui a uma semana. Tudo se ajeita.

Não se pode querer que a vida faça tudo sozinha. Algumas horas teremos que fazer escolhas ou perderemos oportunidades.

Quando estava prestes a me formar na faculdade, alguns amigos me perguntavam o que eu pretendia fazer depois de formada e, de pronto, eu respondia "não sei, por enquanto eu estou pensando em formar, depois penso no 'o que fazer depois de formar'". Eu, inocente, não sabia que estava completamente equivocada nos meus pensamentos. Talvez não pensasse diferente se fosse hoje - quem já passou pelo stress de fazer um TCC sabe o desespero que dá e que é difícil pensar só nele, quanto mais nele e em seu futuro-, mas a verdade é que agora que formei me vi meio sem perspectivas imediatas porque o planejamento de agora deveria ter sido feito quando eu estava imersa em espetáculos e artigos.

Não sei viver sem planejar, sem criar expectativas, essa é que é a verdade. Anos atrás eu cheguei a dizer que "até de uma árvore a gente espera algumas coisas. Minha expectativa em relação a ela é que ela fique ali, paradinha. No máximo balance um pouquinho com o vento" Não existe "não criar expectativas em relação a alguma coisa". Não existe. 

E eu criei. Já criei várias expectativas nessa vida, em relação a várias coisas e pessoas. Não me arrependo e vivo de expectativa em expectativa e de querer em querer pra que eu consiga realizar as minhas coisas.
O bom disso é que, aos poucos, a gente aprende onde deve depositar os quereres mais importantes. E do quê eles devem ser protegidos.


E eu querendo querer-te sem ter fim / E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013



Eu já esperava um não.

Quero dizer, eu esperava um não. Eu não esperava o silêncio.
Mas é um erro comum, eu sempre espero mais de você do que o que eu deveria.

Eu esperei mais agora, quase como uma última esperança, ou último suspiro...

Mas foi menos tristeza do que dó. Foi mais alívio do que pesar.

Era isso então, um resumo. Um resumo do que eu deveria ter esperado todo o tempo.



Uno baccio.