sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Em casa, pensando, desabafando e falando demais numa sexta à noite!

Eu sempre quis ser mãe. Desde pequena, dentre todos os outros, esse era o único desejo que eu tinha certeza de que deveria realizar.
Se não fosse o bom senso e a incapacidade de procriar sozinha (além de outras coisas um pouco óbvias) eu teria tido um filho aos 12 anos!

Pois bem. Certeza infiltrada, só faltava agora crescer e esperar o tempo certo para poder engravidar.
Fui ficando mais velha a preocupação passou a ser: qual será a hora certa?

Me derreto e fico com cara de bobinha toda vez que vejo algum bebê na rua. Eu mesma fico parecendo uma criança.
Nos últimos meses, tive contato mais próximo com uma criança. E, olha...tudo o que eu tenho feito é repensar esse meu desejo antigo!!!

Sabe, eu não quero desencorajar ninguém de ser mãe. Longe de mim, aliás! Afinal, sem bebês no mundo, meus motivos para me derreter ficariam muito restritos!

Mas é que eu estou vendo o quanto é difícil. (E agradecendo por todas as tentativas anteriores terem sido frustradas!) Não que eu tenha desistido de ser mãe. Eu só estou pensando muito bem e pesando todos os pós e contras dessa árdua profissão.
Porque se fosse apenas ficar grávida (o que, depois de um tempo, também percebi que não é mil maravilhas. Mas essas partes ninguém conta...E isso pode ser assunto para outro post!), pois é...se fosse só a parte de ficar grávida aí chegava no nono mês e, sei lá...ganhávamos uma grande boneca falante com a qual teríamos que conviver por um mês e a bateria acabava, tudo seria mais fácil. (Mas bem mais sem graça também...imagina passar nove meses com uma criaturinha na barriga, criando laços e amores para no fim a boneca morrer sem uma boa pilha Duracell que não pode ser trocada??) 
Mas não, ter um filho é pro resto da vida. Mesmo: sem interrupções, sem férias, sem edições e nem sempre com trilha sonora.
Com isso eu percebo que não estou acostumada a fazer coisas que durem por muito tempo ou que eu planeje que dure. Eu não tenho um emprego fixo, eu acabo de decidir que quero que a faculdade acabe logo, eu escolhi uma profissão que provavelmente vai me transformar automaticamente em free lancer e eu não consigo nem me imaginar em um relacionamento que dure muito tempo. (Mais uma vez eu invento assunto para outro post). Com isso tudo, sem capacidade de ter estabilidade para a minha própria vida, às vezes sem ter como comprar um sorvete no calor por conta própria, eu me pergunto: COMO É QUE EU POSSO TER UM FILHO??

E é nessa hora que começam todas as crises sobre a vida. Será que vai ser assim pra sempre? Será que eu deveria ter escolhido outra profissão? Será que eu deveria ter aceitado aquele emprego e hoje, apesar de entediada, ter um bom salário fixo e estabilidade? Será que eu deveria ter feito um monte de coisas diferentes ou que deveria passar a fazer daqui pra frente?

É que a idade vem chegando (assunto recorrente por aqui!) e eu comecei a perceber que tem um monte de coisas que não podem mais serem deixadas pra depois. Aquela hora, que quando eu era criança estava tão longe, está aqui, na minha cara. E eu não posso mais imaginar que a hora de ser madura e responsável é daqui a muito tempo ainda...

Eu ainda me imagino sendo mãe. Eu ainda quero muito ficar grávida. Eu imagino formas de contar para o pai da criança.
Eu escuto por aí que colocar uma criança nesse mundo louco que estamos destruindo é uma loucura. Pode ser, mas tem muita criança querendo nascer e se não for por mim, o que não falta nesse mundo é mulher. (E aqui vem aquele meu sentimento de que as outras pessoas não fazer isso tão bem quanto eu e pego logo a responsabilidade para mim - sempre fui assim)
E...na boa? Eu não estou com muita vontade de deixar passar essa experiência!!

Ainda não sei se é melhor ter a idade mais próxima da do seu filho para ter capacidade de entender melhor a geração dele, ou se é melhor ter um filho sendo mais velha, pra ser mais madura e saber lidar com todas as coisas (também conhecidas como dificuldades). 
Ainda tenho certeza que passar dias e noites em claro para decifrar choros não é fácil. Sei que ter que ir trabalhar e deixar um pequerrucho em casa morrendo de saudades é menos fácil ainda. Conseguir educar, nem se fala. Saber conversar, convencer, ensinar, dar os exemplos certos...é tudo muito complicado e, às vezes eu penso, uma pura questão de entrega, de altruísmo, de renúncia. Levar pra escola, pagar as contas, consolar o fim do namoro, conseguir que ele(a) converse e confie em você, entender, ser entendido. Ir à colação de grau, ao casamento, ver os netos nascerem. Ajudar a criá-los...
Não é fácil. Ninguém disse que era.

Eu não quero me iludir - nem poderia - de que ser mãe é a oitava maravilha do mundo. 
Acredito que seja sensacional. Tenho certeza de que é impagável, insubstituível. Pessoal e intransferível!!
Sei de todas essas dificuldades.

E no fim, sendo bem sincera, não vejo a hora de descobrir que a hora certa chegou!!!