quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ontem era feriado, mas não teve diferença.

Meu pé está doendo. Está tarde. Minha irmã transformou um simples convite num grande (e demorado) evento relâmpago. Hoje não relampeou. Não que eu visse. Amanheceu frio e chovendo. A previsão da manhã disse que ia fazer sol. Eu, claro, não acreditei no rádio. Eu estou com calor agora. Ouvi bastante música hoje. Oito horas de música. Ouvi música enquanto trabalhei. Estive lá o dobro de horas previstas. Nem um terço do necessário. Eu estou devendo horas.
Eu não uso relógio. Não sempre. Eu sempre estou com meu celular, mas estudo num prédio onde ele não funciona. Pelo menos só tenho quatro horas de aula por semana. Pelo menos estou de férias. Poderia falar a vontade no telefone, mas minha operadora parece ter se esquecido de mim. Eu tenho dois trabalhos pra fazer. E eles vão ficar pra última hora.
Chamo as disciplinas de matérias e a Faculdade de escola. Mas não tenho recreio. No tempo que eu tenho entre as aulas eu como alguma coisa. Eu gosto de cantar mas tenho vergonha de fazer isso em público. Já perdi pontos por isso.
Ao meu lado tem um homem falando de futebol. Estamos no metrô. Chegou um. As pessoas levantaram...mas era o que ia pro sentido contrário. Perderam seus lugares. Eu posso esperar mais. Não tenho pressa, estou esperando por aquele convite que virou evento.
E estou sentada.

domingo, 15 de novembro de 2009

Achei um texto antigo. Incrível como as coisas se repetem.

Eu falo muito
Eu falo de tudo. Mas
Eu não falo tudo!

As coisas que começo eu geralmente não acabo.
Acho que eu não gosto de fins.
[Só objetivos, por favor]


"Eu abro a porta para estranhos. Cumprimento"
"Eu quero aquilo que não tenho. Eu tenho tanto a fazer"

(13-05-09)

domingo, 8 de novembro de 2009

Tá...vc não quer me escutar, ou finge que não...mas eu não vou dizer em público o que deveria ser só pra você. Preciso te encontrar e ter coragem pra dizer tudo.
Mas antes de conseguir coragem, eu preciso te encontrar.
De verdade.

sábado, 7 de novembro de 2009

Relendo

Eu disse que haveria o quinto e talvez o sexto... E, de fato, houve.
O quinto esteve por aqui.
Poucos acreditaram, uns discordaram. Vários desdenharam.

Mas, na verdade, foi o quinto mais primeiro que existiu. O que perpassará.
O único com quem as conversas eram completamente verdadeiras, com quem eu me preocupava. E quando as preocupações eram com as coisas certas.
E eu lá me importo se é 10 ou 16?! Isso não é assim tão relevante!

Quando as conversas necessárias aconteceram nas horas devidas.
As conversas tinham até local marcado...! =)

Eu poderia falar mais um monte de coisas que me fazem pensar que todos os quatro deveriam ter tido algo de parecido (e que os próximos também deveriam...) mas prefiro parar por aqui.
Utopias não devem ser escritas.


[Mesmo assim, fico esperando e imaginando como será o sexto!]

Das chuvas que vêm de lá

Meu guarda-chuva também está na mochila: São Pedro não se cansou de repetir os dias de sol e chuva intercalados inesperadamente.
Ultimamente só chove quando eu não vejo, o que pode ser ruim...(mas nem sempre é).
Mas eu continuo esperando a chuva (eu e meu guarda-chuva). Eu sei que ela virá, por que eu sempre passo debaixo das mesmas nuvens escuras. Não por escolha, mas quando vejo já estou lá.
Repetindo as mesmas coisas. Por falta de engajamento, de paciência, de criatividade ou de gargalhadas, sei lá.


Dá muito trabalho viver.


[Depois de ler pesa-nervos]

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Então é isso!
Se é que isso quer dizer isso mesmo..
Se é que qualquer coisa disso faz sentido...
Se...
Dentre todas essas coisas...
Todas as que desejo sentir... (e as que sinto sem nem mesmo saber)
Existe uma vontade de te ver.

Eu tenho saudade.

Mas aquilo tudo (que eu teimo em disfarçar) te leva.
(E aquilo tudo que eu insisto em 'atuar') me faz deixar você ir.

Saudade, apenas.
(Era só isso que eu queria falar e era tudo o que eu tinha pra dizer)

[tibitando]

domingo, 11 de outubro de 2009

Descobri mais uma de minhas manias idiotas e irreparáveis.

Eu adoro enquanto elas são apenas manias, mas o problema é que elas sempre me machucam no final.

[báh pra mim]

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

¬¬´

[Desculpem a pieguice! Mas tudo o que eu faço nessa vida é tentar ser ... boa!]

Tem algumas coisas que nos fazem querer escrever.
(Tem coisas que martelam a nossa cabeça.)
Tem coisas que tiram completamente a nossa vontade, não só de escrever.
(Minha vó vai morrer)
Pra quê fazer teatro?
Coisa mais inútil, mais fulgaz. Mais...
Mais nada. É menos.
Representa toda a vontade humana de se exibir.
Nao melhora ninguém. Não salva nada. Não acrescenta.
Cultura cada um tem por si. Não precisa de ninguém dizer qual é a sua.
Aliás, se alguém tem que dizer qual é a sua cultura, ela não deve ser sua mesmo.
As pessoas ficam seguindo tradições. Seguem culturas.
Seguem inutilidades e futilidades que no fim das contas são a cultura do povo.
(Porque esse raio de palavra *cultura* insiste em perseguir?)
Ah, que se dane.
Que cada idiota siga a idiotice que lhe convier.
("Cada idiota com seu rabo preso")

Hoje assisti uma peça. Era linda. Os atores estavam sensacionais. Luz, música, espaço, tudo ok.
Texto muito bom. De tão lindo que estava tudo, doía.
Fazia pensar, fazia achar que nada do que você faz vai dar certo...
(E se, para ser bom, tiver que fazer mal? Eu não quero fazer mal às pessoas. Deixa elas continuarem no seu mundinho, submersas, sem ver mais nada, sem perceber qualquer coisa que mude. Ou que, pior ainda, não mude. É mais confortável. Não cansa. E eu não me importo que não se cansem - desde que estejam apáticas longe de mim...)
E não vai mesmo, afinal o que é dar certo?
(Não...não vai dar certo, tire seu cavalinho da chuva)
(sim, ele já morreu)
Ah...Tô começando a achar que nada faz muito sentido.
Nem tem um 'por quê'. (E não seria isso o motivo?)

Báh...Cansei desse teatrinho, podem abrir as cortinas e mostrar os bastidores, por favor.

["Out, out, brief candle!
Life's but a walking shadow, a poor player
That struts and frets his hour upon the stage
And then is heard no more: it is a tale
Told by an idiot, full of sound and fury,
Signifying nothing."- Macbeth]

sábado, 19 de setembro de 2009

Eu já disse que fui atingida 7 vezes por um alho?

(O mesmo alho)


[Em homenagem ao Pedro Bó e às estrelas imaginárias]
-Isso dá câncer, menina!
-O quê? Raiva? Rancor? McDonalds? Adoçante? Gorduras trans? Alimentos transgênicos?

-Não, vontade.

sábado, 5 de setembro de 2009

Caro Anônimo,

Estive, por muitos dias, pensando em como poderia respondê-lo.
Também passei bastante tempo tentando decifrar quem era você.
Não sei se consegui...mas também, acho que não quero estragar o seu anonimato!!

Sim, acho que você está certo. Não é aquele "ele".
(Aliás, em uma resposta que eu quase escrevi para você, eu diria que o "ele" não existe mais nem mesmo "n'ele"...ahn...muito difíil pra explicar, deixa pra lá)

Tenho algumas opções, alguns palpites sobre quem você pode ser.
Também nem sei se vai ler mais algum texto meu...
Em todo caso, acho que você "intendeu" mais ou menos. (essa resposta, no meio, é ótima pra quando a gente não sabe o que dizer!)

Quanto ao futuro...que este nos reserve boas coisas, que nos receba bem e que esclareça todas as dúvidas (num tempo mais hábil: eslarecidas elas sempre ficam em algum momento)
Que ele (o futuro) seja bom...se existir!

E que nos permita cada vez mais viajar...
E comer!

(É sério!!)

Atenciosamente,
Estão todos off-line.
E assim eu também deveria estar: Off-line, dormindo para fazer coisas que prestem amanhã.
Ou então vendo a lua...(seria também uma boa opção)

Mas não aqui, não era aqui que eu deveria estar.
Está tarde para qualquer um estar acordado. Seja pedaço, seja inteiro.

Mas tem uma música que me prende...(ela está cantando em francês e isso está me comprando).
Mas tem um "querer mais" que me prende.
Tem uma vontade de escrever.

E é aí que está o perigo...sempre que quero muito escrever, falo mais do que devia. Ou falo o que não deveria...
(Quero responder!)

Ah...(suspirando) eu quero...bem...EU QUERO
E ponto final.
Acho que estou transformando meu blog num tuiter...

(ou vice-versa.)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

sábado, 8 de agosto de 2009

O estranho é que eu gosto de você.
Mesmo com tudo o que aconteceu. Mesmo depois das vezes que chorei e ainda contando com todas as que ri.

Estranho seria
o que de repente deixou de ser.

E de repente voltou a querer ser.

Eu não sei o que é.

É estranho.

Eu sinto sua falta.
Mas já tinha aprendido a conviver com ela e sem você.

Quero você por perto de qualquer forma, sempre quis. Desde antes.
Mas não sei exatamente como. Não sei como seria melhor.
Ou como seria possível.

E sempre foi essa a dúvida que pairou sobre nós: Como será possível.
Algo que eu nunca pude responder.
Algo que eu não soube perguntar.

Meias
Palavras
Verdades...

Pés atrás
Juntos
Descalços.

Carinhos e Caminhos.

Sorrisos incontroláveis...


E sabe o quê?
Tickle everywhere...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Eu deveria me lembrar como é ficar em casa.
A gente começa tendo proteção e em menos de um dia ganha super-proteção.

Eu deveria me lembrar como é ficar gripada.
Não é simplesmente o nariz escorrendo. O corpo dói e nada funciona direito.

Eu devia imaginar como é chato ficar presa em casa.
Presa por um atestado e presa por uma falta de vontade de sair.




Nota Mental: Desviar de porcos na rua.

sábado, 1 de agosto de 2009

Acho que eu poderia dizer que estou bem!
Não fosse o sono e a sensação de alguns quilos nos ombros...
Massagem, por favor!!!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tudo feito a várias mãos...


[Cantinho do papel - residência artística do EMCOMODO]

Diamantina...

Alguns dias fora de casa que parecem com três meses...!
Muitas coisas acontecendo, muitas coisas!
Dias corridos, eventos, fotos, blog, chá, reunião...
Ufa...!
Que bom que tem mil e uma estrelas, umas montanhas e o pôr-do-sol nos aguardando (e sempre nos observando!)
...
[reticências de férias]

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Coisas que cairiam bem em certos dias...!

Sinto falta dessas coisas que nos fazem falta não por terem deixado de existir, mas por nunca terem deixado de existir...Sem nem ao menos estarem presentes satisfatoriamente.

Já falei pra você que fui atingida 7 vezes por um raio?

domingo, 12 de julho de 2009

Nos pentagramas que inventamos por aí...

Nesses dias em que muito se pensa...
Em que devíamos pensar mais do que fazer.
Ou fazer melhor do que pensamos...
Eu que sempre pensei muito pra fazer as coisas, me peguei fazendo sem pensar.
E pensando muito enquanto fazia, e já não era mais tempo de pensar...

Quanto tempo é tempo pra pensar?
Quantos tempos de pensar cabem no compasso de viver?
Quantas mínimas teremos que dividir?
Por quanto tempo terei que fazer em 4 por 4?
Quero mudar de Largo Piano para Allegro Fortíssimo...



(Ainda dá tempo de refazer a partitura?)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Uma Omelete...

Queijos suíços, fiambre, pepinos, cheddar, tomates secos, rúcula, manjericão, noz moscada, morango e nem mesmo chantilly puderam ajudar...


[Erra quem sonha com a paz mas sem a guerra...]

sábado, 4 de julho de 2009

Dessa vez quem gritou foi ele.
E eu não pude fazer nada.
Fiquei sentada esperando que desligasse o forno e me trouxesse pães.

Os pães não vieram.
(e o forno continua aceso.)




[Isso é a construção de um relacionamento maduro ou é uma mudança brusca de estação?]
Eu pergunto isso e ela ri.
Não entendo porquê. Ela simplesmente ri.
É mais do que pra mim seria normal.
É mais do que pra mim seria suportável.
Apenas risos.

...

Não sei como ela consegue. Eu choro.
E ainda assim ela ri (tripudia).
Eu quero fazê-la parar.
Quero que me ouça.
(H)Ouve.

...

Melhor não esperar que ela pare.

E naquele dia eu não vi que era Domingo.
E nem podia, pois o sol já tinha se escondido.
Também não percebi as folhas derramadas pelo outono.
Era domingo. E era outono.

Mas a alegria que aquela energia me trouxe, me fez esquecer qualquer medida de tempo que já pôde ser inventada.



E as horas...
Ah! Essas eu nem conto mais,
cansei de ter surpresas...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

"Que o torpor da sempre inexplicável perda invada

e possa ser breve como a flor de uma orquídea

pois ainda nos resta a face amável e duradoura

dos que plantam lembranças sem palavras

quando despedem sem precisar"

domingo, 14 de junho de 2009

Mais uma indispensável...

Fix You

Coldplay

When you try your best, but you don't succeed,
When you get what you want, but not what you need,
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try, to fix you

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try, you'll never know
Just what you're worth.

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try, to fix you.

Tears stream down your face,
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And I...

Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I...

Lights will guide to home
And ignite your bones
And I will try to fix you


Acho que Coldplay ganha nessa minha lista!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

“Nem acertei. Se não acertei, não conta. É como se não tivesse atirado nada.”

Lógica de criança é muito bom! E stava eu, depois de um dia inteiro na faculdade, indo para uma reunião de trabalho. Pra não chegar atrasada, peguei um daqueles típicos metrôs da hora do rush.

Uma estação depois entra uma família composta por pai, mãe e duas filhas pequenas. Elas ‘ganham’ um assento e as três se sentam. O pai continua sem lugar pra sentar. Eis que a menorzinha das meninas pergunta, como que indignada:

-Você não vai sentar, pai?

(O fato é que, nem se ele quisesse sentar-se ao chão, conseguiria espaço!)

Algumas estações a frente...:

- Gabriele, cuidado! Não empurra que eu já estou apertada aqui.

(Vale lembrar que a mãe estava sentada com duas meninas no colo, e utilizava apenas uma metade daqueles bancos superconfortáveis do metrô)

-Pra fazer xixi?

- Não!

-Cocô???

(Risos)

- Ai menina, fica quieta, não me mata de vergonha..!

-Que estação nós estamos?

-Carrapato!

-Carrapato?

-Não!! É calafate. Nem é, já é gameleira.

- Carrapato! Ah! Pai, você disse carrapato!! Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapato. Carrapate. Carrapato. Carrapate. Carrapato. Carrapate. Carrapato. Carrapate. Carrapato. Carrapate! Olha mãe! Estação Carrapate!

- Menina, fica quieta, já cansou.

Adoro a capacidade de lógica, de argumentação e de associação que as crianças têm.

Mas definitivamente detesto a falta de tato com que os pais tratam todas as questões que envolvem criatividade e expressão...Por que, ao receber uma provocação do pai, a menina deveria ficar quieta? Não! Tem mais é que reagir! Tem mais é que responder, sintetizar, criar e o que mais ela quiser...oras!

Ah...Os pais nunca vão se lembrar de como eram na infância...


Mas tudo bem, o que vale é a intenção!

(“Não, o que vale é acertar...”)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cena do Disco Voador Arranhado

Texto do disco voador.
Ainda não chegou o disco voador.
Ele não tá fazendo xixi porque o banheiro tá ocupado. Aonde ele está?
Tá arranhado.
Ihihihihihih, num intindi, num tindi nada.





PONEY!?!?!?!?!??!?!!?

sábado, 30 de maio de 2009

Mas como eu odeio quando eu faço dramas...
Escolhi ser atriz!
Fui devolvida do rapto. Mas quando cheguei em casa e quis comer, vi que a janta era simplesmente o almoço de ontem que eu teria que esquentar no microondas...

Mas acho que ainda posso improvisar uma omelete com aqueles ovos e queijo que ficaram na geladeira!

sábado, 16 de maio de 2009

Eu queria ser boa o suficiente para poder ver você adormecer no meu colo.
Cansado, depois de viver um pequeno verão, ou o início do que ele pode ser...
Queria conseguir passar o resto do tempo com você.
E saber que qualquer nome que a gente possa escolher pro que vive não será suficiente.
Neologismos precisarão ser inventados!
Acho que precisaremos ser inspirados por Rosa...
talvez falando uma língua que só nós falemos.


Acho que o sentido do outono é ser cíclico. E sendo assim, nunca acaba. Mas precisa voltar a ser verão...


["It cannot wait..."]
Eu acho que eu consigo te entender.
E isso, pra mim, já soa maravilhoso.
Não que eu entenda completamente, mas eu sei que você existe: dei uma olhada nas maçãs que ainda estão sobre a pia...Acho que vou deixar para lavá-las mais tarde, você as arrumou de tal forma que eu não consigo parar de olhar. É bonito.
As frutas que você mandou na outra manhã, essas sim, eu comi.
Não tive problemas em desfazer o embrulho. Não foi você quem trouxe. Não tinham o seu jeito. Mas aquelas maçãs, não. Parecem ter sido colhidas por você, de tão próximas que me levam da sua rotina. (Engraçado! Justamente a rotina que você quebrou para me trazê-las)

(...)

Agora eu sei que você existe! O telefone tocou e na caixa de correio tinha um cartão postal. Você sempre me manda cartões postais dos lugares onde foi.
Foi bom saber notícias suas. Foi bom saber que estou bem e que não forjei aquela gravação que ouço todos os dias antes de acordar.

Obrigada pelas frutas! Quanto à água, vou usar para lavar as maçãs.
(Quando eu conseguir lavá-las).

domingo, 10 de maio de 2009

sábado, 9 de maio de 2009

Sobre meninas e lobos (nem sempre maus)

Fico feliz de ouvir novas histórias! Principalmente quando elas são contadas por pessoas diferentes...!

É bom saber que ainda podemos decapitar o chato do lenhador!!! Afinal, mulheres e lobos são capazes de resolver seus problemas sem a ajuda de um homem!

Mesmo depois de ser enganada mais uma vez (ou duas...) consegui enfim que me contassem uma nova história.
Consegui também um elogio...(divertidíssimo e seguido de um esporro, é bem verdade!)
Consegui até reacreditar (um pouco) que as pessoas podem ser boas!

Ah! Como eu adoro essa calourada da Belas Artes!!


E a lua cheia lá...supervisionando meus pulos!

domingo, 3 de maio de 2009

Cansei de ser enganada por aquelas coisas que insistem em ir para o mesmo lado...

Porque estas coisas são absolutamente conhecidas, por serem absurdamente repetidas.
("The streets don't change, but maybe the names")
Os jornais insistem em dar as mesmas notícias dia após dia.
No meio da turbulência, do caos moderno, do mar de ruídos...disso tudo que desordenadamente envolve meus pensamentos emerge uma única, mas forte, certeza:
Eu não quero saber da gripe suína, da gripe mexicana, da gripe A, da gripe do frango, da dengue, do mal da vaca louca, da hepatite, da meningite, da AIDS ou do Ebola.
Eu não quero mais ouvir essas falsas promessas que acabam sempre no mesmo lugar de não cumprimento...Não cumprimento. NÃO.
Não quero ouvir a mesma história da chapeuzinho vermelho. Não se no final, depois de tudo, mesmo a chapeuzinho sendo a personagem-título, quem acaba na barriga do lobo é a vovózinha, que nem tinha aparecido na história. E ainda por cima surge um lenhador do nada pra ser o
herói do conto...
Metáforas e analogias a parte, sendo bem concreta, objetiva e sincera: Cansei de ser enganada todas as vezes por todas as pessoas. Da mesma forma.

"Eu me ofereço inteiro e você se satisfaz com metade"

Meu coração está doendo...
Sangra muito bem como sempre,
Pulsa como bem sabe fazer...
Mas dói.
Está fatigado de todas essa viagens que se prepara para fazer e acaba
parado na (mesma) estação.
As malas são pesadas para seus frágeis braços (artérias).

[E o ônibus (CERTO) insiste em não passar a essa hora da madrugada]

...Mas disso estou certa: eu teria falado tanta, mas tanta
coisa...Teria te explicado todo o meu processo mental! Sem fingimento,
sem jogo...Mas não havia calma. Ontem não houve calma.

(Nem você me telefonou...)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

E o que for já é

Mais uma pra lista de músicas indispensáveis...


(Pedro Morais)

Basta você querer que eu sou
O que você quiser
Mas só se você me der, amor
E o que for já é

Basta saber que o meu andor
É teu calor em mim
Mas só de você me dar, mulher
Sou teu até o fim

Aconteça o que acontecer
Tudo é o que parece ser
Nada ficará de nossa paisagem
Marte nos fará seguir
Vênus sempre há de existir
Onde tudo começou

Me ame até cair, correr
Se machucar, rolar pelo chão
Te amo até me embriagar
Me sufocar, descer da razão
Faça-me o teu barato
O teu brinquedo, o teu animal
Rasgo teu vestido, juro em teu ouvido
Ser teu perdão

Death and all his friends

Algumas músicas todos deveriam conhecer, ouvir, entender e talvez até saber cantar....
Uma delas é esta:

Death and all his friends (Morte e todos seus amigos)
Coldplay

All winter we got carried
Away over on the rooftops
Let's get married

Por todo o inverno nós fomos carregados
por sobre os telhados
Vamos nos casar

All summer we just hurried
So come over just be patient
And don't worry
So come on over, just be patient
And don't worry

Por todo o verão nos apressamos
Então venha, apenas seja paciente
E não se preocupe
Então venha, apenas seja paciente
E não se preocupe

So come over, just be patient
And don't worry
And don't worry

Então venha, apenas seja paciente
E não se preocupe
E não se preocupe

No, I don't want a battle from beginning to end
I don't wanna cycle of recycle revenge
I don't wanna to follow death and all of his friends

Não, eu não quero uma batalha do começo ao fim
Eu não quero um ciclo, reciclar vingança
Eu não quero seguir a morte e todos os seus amigos

domingo, 19 de abril de 2009

Quem roubou aquela sua carinha deliciosa?
Quem levou aquele seu sorriso sedutor?
E aquela sua energia aventureira que fazia a gente querer ir junto?
Quem te pôs nessa fantasia de homem casado, que você nunca deveria vestir?
(Se bem que nem é tão desagradável assim...)
Você continua lindo.
Mas alguém está levando certas essências que você tinha...
Você não é esse homem certinho que quer parecer ser.

Talvez nem queira parecer nada: eu é que interpretei tudo errado.
Pode ser,
Posso estar errada...ou ela...ou você!
(E eu gosto de você errado!)


[E o meu coração embora finja fazer mil viagens fica batendo parado naquela estação]

domingo, 12 de abril de 2009

Umas palavras...

Não pense que suas palavras, ainda que sejam gritadas, serão ouvidas com a mesma atenção de ontem....
Ontem as coisas queriam ser esclarecidas...quer dizer: ante-ontem havia alguma dúvida.
Hoje e daqui pra frente há apenas o desejo de dizer:
Não interessa...
Não por desentendimentos, não....por isso não se zangue!
Não é porque eu não soube o que eu queria saber e por que você achou que eram outras as palavras que eu gostaria de ouvir...(essas, aliás, eram exatamente as que eu não queria!)
Você não disse nenhuma.
Você não disse a que queria dizer, nem disse a que eu queria ouvir...
Ficamos sem saber se essas duas eram as mesmas.

Palavras...se tornaram palavras ao vento...sem sentido

Sem destinatário.

E sem remetente...

Difícil dizer o que não se quer...quando nem se quer falar!
Mas é fácil não ouvir o que não se quer...
E nem nunca mais ter que escutar!


[...]
reticente por pensar em respostas não dadas, 'entrelinhadas', negadas!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Vá...


Escreva...
Mande notícias...
Diga que está vivo e que não está passando fome! (mas não minta!)
Encontre aquela coisa...E muitas outras!
Seja feliz...
Volte de vez em quando pra nos contar!!
Tire fotos! Muitas fotos...
Cante...(na chuva!!)
Dance...
Respire novos ares.
Conheça novos narizes!!!
Conheça outros sorrisos!
Sorria!
Ande de bicicleta. De bicicletas...
Viva!

Vá com Deus...e fique com ele!

sábado, 4 de abril de 2009

Assim...

E foi assim que tudo começou...
Nos imaginamos lá e puf! como passe de mágica, pó de pirlimpimpim ou interferência dos padrinhos mágicos, lá aparecemos.
No nosso canto, no nosso lugar.
Estivemos lá por muito tempo. Mas um tempo que não pode ser medido por horas - não essas horas a que estamos acostumados ("Tu me acostumbraste...").
Estávamos felizes, éramos livres.
Vivemos, afinal.
E no fim, as coisas não pareceram ter fim.
E eu acreditei que não tinham tido. Até o dia em que eu senti esse final.
E então acabei com tudo. Mas o fim durou pouco: só até o dia em que te vi novamente...
Ali, naquele instante, apenas sabendo-te ali, sem nem mesmo tê-lo visto...tudo recomeçou irrefreavelmente.
Mas com a mesma velocidade que começou foram capazes de impedir-me.
E, impedida, percebi que aquele tempo que não pude medir na escala do meu relógio continuava...e continuará. Aquele tempo não termina nunca. Assim como outros tempos que tenho dentro de mim. Outros lugares, outras pessoas, alguns aromas, cores e sabores. Todos infinitamente infindáveis...

Os tempos que guardo em mim são apenas meus.
Minhas lembranças apenas pertencem a mim.
Só eu posso modificá-las.
Apenas eu posso apagá-las.
Ou reavivá-las.
Ou quem sabe revivê-las...
Dentro de mim há um universo pronto pra ser vivido... Somente, e exatamente, por quem e quando eu quiser.

Ponho-te lá um dia desses...!


Estou na estrada procurando a minha próxima lembrança!

sábado, 28 de março de 2009

Eu poderia agora, citar, inúmeras vezes em que tive vontade de correr pra você e me atirar em seus braços. Poderia citar as várias vezes em que somente o seu sorriso e a sua voz deixaram o meu dia mais feliz. Citaria os momentos em que esperei ardentemente você me ligar. Ou os dias que passei esperando a resposta daquela mensagem. Posso também contar as horas que achei, aguardei que você chegasse... mas você demorou demais ou nem veio.
Agora eu só faço esperar. Espero passar a vontade de me entregar a você. Espero ver o seu sorriso, ainda que de longe, e sem interferências. Continuo esperando você me ligar, você me responder a mensagem e você chegar.
Mas espero de outra forma. Não quero com urgência, acalmei meu coração (ou finjo que sim).
Espero, às vezes, que um outro, diferente, apareça e me faça parar de esperar.
Me faça querer mais.
E ter.

[Naquela playlist que eu prometi fazer, encontro várias vezes as músicas que me fazem lembrar vocês...]



Queria saber esperar da maneira correta.

Trocando em miúdos

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim?
O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas do amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar O enorme prazer de me ver chorar Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde

quinta-feira, 26 de março de 2009

Preciso fazer uma endoscopia...
Saber o que há dentro de mim!

Me encontrar para saber aonde eu quero ir...

domingo, 22 de março de 2009

Por que a gente tem essa mania de querer parecer bem mesmo se não estiver?
Por que a gente tem essa mania de querer parecer o que não é?
Para quê?

Tudo bem...nunca gostei mesmo de chorar em público.
Escolher qual música vai tocar em qual hora já não seria suficiente?

Ouvir a mesma música várias vezes pode cansar...
(se bem que existem músicas realmente muito boas que eu nunca me importo de ouvir repetidamente!)

sábado, 14 de março de 2009

Será que é mesmo preciso perder as pessoas que a gente gosta pra poder saber o quanto elas são importantes?
Ouvi isso num filme...(Um muito bom, por sinal...)
"A gente pode se irritar com o rumo que as coisas tomam.
Mas, no fim, só nos resta aceitar."
Eles também diziam isso.
"Nothing lasts forever..."
Não sei se eu queria que as coisas fossem pra sempre.
Nem sei se eu acredito em pra sempre.
E também não sei se as coisas realmente não são pra sempre.
Enfim...eu só me lenbro dos meus últimos 21 anos...e isso comparado ao pra sempre é exatamente nada.
Mas aí como eu posso comparar minha vida - em que tantas coisas aconteceram - a nada?
O tempo é uma incógnita.
"-O tempo presente passa mais rápido que o tempo passado?
-Existe diferença neste tempo?
-O tempo existe?"

As horas foram mais um desses conceitos que inventaram para tapear os homens.
Tapear.
E nós gostamos de ser tapeados.
Pedimos fervorosamente por isso.


reticente e pensativa após assistir "O curioso caso de Benjamim Button" e receber certas notícias desagradáveis...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Eu já tinha tentado outras coisas. Outras que, como essa, pareciam que iam dar certo, mas no fim foram muito iguais. Já tinha tentado várias vezes me dilacerar pra procurar entre os destroços algo que servisse pra te agradar. Já tinha tentado me servir de pratos que você nunca fosse experimentar, para que desistisse de se aproximar de mim.
Tentei fugir, pensei em ficar. Quis ligar, mas depois desisti. "Vocês, mulheres, têm que acabar com esse pensamento machista de que só nós que temos que ligar". Então liguei...mas você não pôde ou não viu ou não quis me atender.
Por fim deitei. Quis dormir e esperar que finalmente o outro dia chegasse pra clarear minhas frustradas tentativas.
Quando finalmente cheguei a pensar que era você quem chamava ao telefone que tocava aos berros, alcancei o despertador e o desliguei. Mal tinha dormido e, nem percebi que na verdade era sonho.
Você não ligou. E nem ia ligar...mas a esperança custa a cansar de esperar.
E eu esperei por mais aquele dia, esperei que você enfim recebesse uma luz que lhe diria como ler meus pensamentos mesmo longe de mim.
E eu ouvi. Ouvi meus pensamentos gritando na minha cabeça como quem não conseguia mais viver preso ali. Tentei libertá-los mas em vão. Desvaneciam-se ao tocar o calor do meu hálito recentemente fresco por uma hortelã artificial.
Você não os entendia...e esse era o único motivo deles existirem.
Em vão.
Abracei meu travesseiro que, desde a noite anterior, me acompanhava calmo e paciente.
Ele me entendia. Talvez fosse o único naquele quarto capaz disso. E esse fato o tornava a pessoa mais sensata que eu pude encontrar nos últimos dias.
Mas eu não queria sensatez. Queria você com suas loucuras mesmo. Com suas piadas sem graça, com seu tédio, suas manias bregas, seus comentários altamente dispensáveis. Com todos aqueles detalhes que eu sempre disse odiar. Eu não queria julgar ou contar os seus defeitos, mas bom ou mau, queria você perto de mim. Pra me dizer por que não veio ou por que não ia. Por que não queria ou por que não agora. Pra me dizer, quem sabe, um simples bom dia. Pra que eu escutasse a sua voz ou visse o seu sorriso. Pra que seu riso não fosse um som distante de uma lembrança mais distante ainda.
Pra que não fosse como é.
Mas nós somos assim, e não há razão para sermos.
Somos porque é assim que queremos ou é assim que conseguimos.
Somos assim pra fingir pros outros o que não queremos que achem que somos.
Fingimento.
Estamos fingindo um pro outro e isso dói. Até que a gente perceba que é preciso fingir, dói.
E dói também pra entrar no fingimento, mas a verdade é que sem falsidade não há vida e também não há sem amor.
Mas a gente finge que pode ser feliz assim e se mete em mais umas 3 ou 4 besteiras...a gente gosta de ser bobo.
A gente gosta de se enganar.
E continuamos nos enganando - ou começamos a nos enganar verdadeiramente.
Sabemos que não vai muito longe (eu sei), mas queremos ver aonde que vai dar.
A gente sempre quer ver no que vai dar.

Mas, verdadeiramente, hoje eu quero te enganar...mas mais do que isso, eu quero que você me engane. Quero que você minta pra mim que eu não estou em meu quarto escrevendo besteiras pra passar o tempo e pra ver se passa a saudade que eu sinto de você. Quero que você minta que eu estou só. Que estou sem você e que tudo não passará de uma lembrança que um dia será vaga, remota, distante...
Minta pra mim, por que é somente disso que eu preciso agora!

A Little Joy

E ontem as coisas apareceram pra mim com uma clareza tão nítida que nem eu soube explicar depois como tinha conseguido entender as coisas daquele jeito e ao mesmo tempo como não tinha conseguido entender antes. As coisas sempre são mais simples do que a gente quer que elas sejam. Basta aprender a conviver com elas!

Ontem as coisas me tocaram com muito mais força. Chegaram até mim com muito mais intensidade, com muito mais vida, com muito mais verdade. A vida ontem me tocou com mais profundidade.

"Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos."

As vivências que tivemos nos mudam de fora pra dentro de uma tal maneira que o que quer que chegue até nós será modificado pelo que somos a medida que compreendemos o que pode ser.

Sorte, enfim! Foi sorte o que eu tive ontem. Sorte de poder rever as coisas antigas com outros olhos. Com olhos de quem sabe o que quer e pode ver, afinal.




[Little Joy: pegue a sua visão antiga de Strokes e junte com sua visão antiga de Los Hermanos. Misture bem e acrescente boas pitadas de alguma novidade. Encare como novo. Mais saiba bem o que você vai escutar!]

Porque hoje havia calma...

"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa" (Caio F. Abreu)



A vida é um jogo.
se você desiste de jogar perde.
Essas são as regras: isso se chama W.O.

Mas quando se aprende a jogar...o mundo passa a ser seu!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

À noite eu lembro.
Lembranças várias que durante o dia eu tento esquecer.
Primeiro vêm as partes piores.
Depois o consolo e por fim as lembranças boas.
Não são muitas, mas não porque não tenham havido: a memória é que gosta de nos pregar certas peças.
Ainda é ruim, ainda dói, mas a soma é tão boa que me faz conseguir controlar o que sinto.
E, por fim, traduzir numa simples e substanciosa palavra.
Saudade.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Traumas – Parte II

- É, menina, você vai ter que tomar Arnica.

Coisas que têm que ser vividas não podem ser passadas adiante. Se é em nossas mãos que a batata vai cair, não adianta correr - ou lerdar.

-Toma Natrum também, quer?!

O que vai acontecer, a gente já tá cansado de saber. O que falta é ouvir... e acreditar.

-Larga mão de ser crítica.
Crítica Sincera.
-É...tá no sangue!!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Traumas – Parte I

Acho que a gente só se recorda muito bem das coisas que nos traumatizaram.
De outra forma por que eu me lembraria do meu longínquo primeiro dia de aula, lá na época dos meus 5 anos? Por que eu teria essas lembranças tão vivas?
Me refiro a traumas não como coisas ruins, mas como coisas que marcam profundamente. Se para o bem ou para o mal, depende exclusivamente das nossas reações frente à situação.
Eu lá sentadinha e de repente minha mãe sumiu! Logo na hora que eu tinha conseguido relaxar um pouco e até construí uma linda casinha...”- Olha só, mãe, o que eu fiz...” E cadê ela? Cadê ela na hora de ver meu maravilhoso feito?? Muitas e muitas lágrimas...E a professora ainda disse pra eu parar de chorar porque ia dar dor de cabeça em mim e nas outras crianças (que se danem as outras crianças, ora! Eu perdi minha mãe....e ela me deixou no meio de um monte de gente estranha...). Tudo bem, apesar de não ter sido nada bom, eu não a culpo pela sua falta de profissionalismo nesse momento. Ela já tinha tentado várias coisas, mas eu não dava sossego. Disse que eu ia fazer as outras crianças chorarem também...e estava todo mundo calminho, feliz, brincando. [Agora estou pensando uma coisa...Por que raios eles estavam bem? Não era o primeiro dia de aula deles também não? Estranho...talvez eles tivessem feito maternal...mas eu já entrei no primeiro período, apressada como só eu!] Minha mãe, sem nem saber, inaugurou nesse dia um medo em mim. Como eu vou confiar nas pessoas sabendo que se eu olhar pro outro lado, quando eu voltar a cabeça elas podem ter sumido? Se minha mãe, a pessoa em que eu mais confio fez isso...qualquer um pode fazer também.
Depois tem também o episódio do feijão. Eu não gostava de jeito nenhum de comer aquela coisa horrorosa cheia de caroços...só o caldo ainda passava...com desagrado, mas passava. Meus irmãos, bem mais velhos do que eu estavam na adolescência, época de espinhas. Como eu sempre quis estar mais perto deles, me sentir mais igual, mais irmã mesmo, eu decidi que queria ter espinhas também. (Pobre de mim!) Minha mãe, muito espertamente, resolveu unir as duas coisas:
“- Minha filha, feijão dá espinha, principalmente os caroços. Você não quer ter espinhas? Então coma feijão!” E lá fui eu, ingenuamente pra variar, comer o tal do feijão. E nada das espinhas aparecerem. Mas...sem problemas também, com o tempo eu até aprendi a gostar do tal do feijão (esse foi o lado bom). O lado ruim mesmo foi quando minha mãe me julgou mais esperta do que eu era. Acho que ela pensou que eu não tinha acreditado naquela história absurda...Então, sem ver nenhum problema em falar isso na minha frente, contou pra minha tia como tinha feito pra eu começar a comer feijão. E ainda falou caçoando de mim, vê se pode?!! Mas também...com razão! Que tipo de pessoa acreditaria nisso? Eu. Eu criança então....acreditei mais ainda. Vindo da minha mãe....acabou, era mais do que se Deus se materializasse e falasse comigo. (Mesmo ela tendo me abandonado na escolinha. Ela me buscou depois e a gente fez as pases!) Ela mentiu pra mim, me enganou...Ai ai! Mais um medinho pra lista?!!
Eu fiquei pensando nisso hoje depois de uma conversa sobre o primeiro dia de aula das crianças. O que fazer, como proceder... [”- Deixa uma coisa sua com ela, aí ela sabe que você vai voltar pra pegar!” “- Nossa, então vou deixar a chave...” “- Nada, deixa uma calcinha!!”(risos)] Que coisa, as crianças acham que vão ser abandonadas pelas mães... Eu não sei se eu pensei isso. Mas eu estava no meio de um monte de gente que eu nunca tinha visto antes, um monte de gente que ficava sorrindo pra mim, querendo que eu gostasse deles. Eu sei que insisti pra ir pra aula, mas era também por que meus irmãos iam...Será que não dava pra eu ir com eles não?! “Esse lugar estranho, mãe? Você nem conhece eles direito e vai me largar aqui assim? Depois de me falar tanto pra não conversar com estranhos nem ficar sozinha em lugares que eu não conhecesse?!” Assim a educação vai toda mesmo por água abaixo! A gente geralmente esquece que as crianças estão descobrindo o mundo e que qualquer coisa que escutarem será a verdade eterna. Até que alguém, covardemente, desvende um mentiroso confiável e as faça perder o chão.


*Para deixar bem claro, apesar de não concordar com algumas coisas na minha educação - como qualquer um, aliás -, eu continuo amando minha mãe, e esses traumas contribuíram para que eu fosse o que sou, seja isso bom ou ruim. O fato é que não sei se eu, no lugar dela faria melhor, nem mesmo se faria diferente. Fato mesmo é que mãe é mãe...e mesmo fazendo milhares de coisas erradas, a gente continua amando. (Essa fala é para os filhos e não para as mães de repente acharem que podem fazer qualquer coisa!!). Mãe, te amo! =D

30.01.09

Eu sou seu joguinho preferido, certo?
E então quer dizer que você pode me pegar e jogar de um lado pro outro? Você quer ver o quanto o material é forte e aguenta impactos?
O quê, afinal, você pretende me botando à prova dessa maneira?
Quer que eu canse ou, ao contrário, quer que eu me envolva? Quem foi que contou que eu prefiro as dificuldades?

Cuidado!! Nem todo brinquedinho, por mais resistente que seja, pode molhar.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sobre diabos e cores

Eu escrevo para expurgar o que há de ruim em mim.
Escrevo para expulsar os diabos que em mim habitam.
Escrevo procurando encontrar o que há de bom.
Escrevo pra criar algo que possa ser bom.
Mas às vezes a arte não tem bom nem ruim. Ela apenas existe.
A arte habita em cada um.
E a arte é o diabo que mora dentro de todos.
Alguns expurgam. Outros expulsam.
Expressam o diabo artístico que pulsa e empurra a manivela que gira o mundo.
A arte - não o diabo - faz o mundo girar a partir de seus piores pecados, piores criações. Piores poemas, encenações, pinturas e canções.
Quando o mundo descobrir a beleza que há no seu lixo, esses diabos conseguirão, enfim, habitar o lugar que merecem na expurgação natural de cada um.



Expulse os diabos que em ti estão.
Viva a arte que explode em seu corpo.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sapos

Depois disso, num restaurante...

Cliente: -Amigo, me vê aí uma meia dúzia de sapos!
Garçom (meio sem jeito): -Bem...creio que não convenha, senhor, eles estão vencidos.
Cliente: -Ah! Mas não é problema! Traga-os mesmo assim.
Garçom: -Mas, senhor...
Cliente: - Querido, eu insisto. Traga-os e sente-se comigo.
Garçom (desconcertado): - Creio que não seria possível, senhor.
Cliente: -Não se preocupe! Não é preciso que você os engula comigo...
Garçom: -Mesmo assim.
Cliente (continuando): -Basta que sente-se e me faça companhia. Já seria excelente! Aproveite e me traga também um suco de laranja para ajudar a descer.
Garçom (levemente atordoado): Sim, sim. É pra já, então...


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Go play and have fun!

Engraçado.
Eu já passei por tanta fase na minha vida que é até divertido. E o pior é que não é exatamente fácil separar cada uma. Elas se misturam tanto que no fim parece que minha vida inteira é uma fase só. E se eu precisasse entitulá-la, se chamaria: "Tudo ao mesmo tempo agora". Sim, porque dentro dessa fase maluca não há respeito pela gradatividade na dificuldade. O chefão chega já na no começo, alopra tudo e fica no cantinho só observando. Sempre que ele acha que eu estou seguindo bem e conseguindo pegar maçãzinhas de bônus e vidas extras ele vem me atormentar novamente. O gráfico de dificuldade sobe e desce com tanta facilidade quanto uma montanha russa invertida com loopings vertiginosos. Fases.


Fases da lua. Fases do ano. Fases da vida. Vida em fases.
Fase atual: vida.

Viver não é o bastante. Há que se inventar competições e jogos.
Competir não é o bastante. Viver já foi mais do que esperar o próximo desafio.


............
(reticências extras como bônus pelo recorde alcançado)

Será que é cenário a casa da atriz?

A minha casa é a casa dos 'ex'. Do pretério imperfeito.
Sim.
O quarto da minha irmã era dela. Agora é seu ex-quarto e atual quarto dos gatos. (pois é...!)
No mesmo dia meu quarto passou a ser meu ex-quarto e atual quarto meu e da minha irmã. Não sendo bastante, este cômodo já acomodado (que péssimo trocadilho!) com mudanças passaria a ser meu, da minha irmã e da minha vó.
Tudo bem, ok! Chega de mudanças, não é?
Não...não é. Não foi.
E agora não bastasse meu quarto ser meu ex-quarto, ele também é o ex-quarto da minha irmã e o ex-futuro-quarto da minha vó.
Onde eu vivo agora? No ex-quarto dos meus pais. E aquele que nem se lembra mais que um dia já foi meu, acrescentou meus pais a sua lista de moradores.

Mas que confusão!
Eu durmo neste, mas minhas roupas estão nesse e eu ainda roubo roupas da minha irmã naquele...
Por fim, chego a uma conclusão:
Meu quarto todo é minha casa toda.
Ah! Que legal! Eu tenho uma geladeira e um fogão no meu quarto!
Uhu! Agora eu tô feliz...

...
[indignações reticentes]

domingo, 18 de janeiro de 2009

Oh!

Hoje eu encontrei um pônei dourado com listras verdes e bolinhas pretas com detalhes feitos de cristal Swarowski.
Não imaginam a minha surpresa!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Currículo Genotípico de Geralda


Era uma vez uma garota que vivia numa Lavoura de bananas. Ela morava lá com sua família e amigos desde criança.
Um belo dia, um Pônei que passava por aquela região resolveu parar para descansar e se alimentar quando encontrou aquela bela garota que cuidava da plantação.
Seus olhares se cruzaram num momento único e eles quiseram se aproximar. Ele curioso, ela cautelosa. Eles conversavam, comiam bananas e às vezes colocavam manjericão para secar ao sol.
Quase todos dias ele voltava e eles se tornaram amigos. Nos dias em que ele não vinha a garotinha ficava triste e nem tocava na plantação de manjericão.
Até que, finalmente, o Pônei veio com suas coisas e parecia querer ficar na Lavoura. A menina ficou surpresa no início, mas depois pensou que, de fato, o celeiro estava vazio havia algum tempo e que talvez não fosse problema o Pônei ficar lá por uns tempos.
Tudo corria bem até que um dia ele sem perceber problemas nisso a chamou de Minha Potranca. No mesmo instante ela, que já sentia um certo receio de ter um Pônei desconhecido no seu celeiro, ficou chateada e até com certa raiva dele.
A partir de então eles não conseguiram conversar mais. Pareciam estar falando grego um pro outro. E no meio desses desentendimentos, a menina quis pôr o Pônei pra fora. Mas ele também já tinha tido essa mesma idéia e quando ela chegou ao celeiro não o encontrou mais.
Ela achou ruim, apesar de tudo, e chorou. Como não fazia desde os tempos dos antigos moradores do celeiro.
Passado o susto ela percebeu que tudo estava bem. Afinal ele era um Pônei e precisava mesmo continuar seus passeios aleatórios por aí. E ela precisava cuidar das aleatoriedades de sua lavoura de bananas!
Ah...! E continuar secando manjericões ao sol escaldante do verão que se aproximava...!!

A nossa outra vida

O século XXI nos deu o poder de escolher uma outra vida: o orkut.
Nós temos nossa vida real. Como somos, como agimos, do que gostamos, aonde vamos e com quem conversamos.
Já no orkut podemos ser do jeito que quisermos. Ter a nossa aparência ou uma melhorada. Nosso nome ou um mais bonito. Escrever frases legais, compartilhar vídeos 'cults', 'conhecer' amigos que nunca vemos, fazer parte de comunidades que têm a ver com a gente ou com a pessoa que queremos que os outros achem que somos.
O orkut é a perfeição. Afinal nele somos livres. Essa é a tal da liberdade de expressão...
Fazemos até miniaturas nossas em 3D podendo escolher a cor da pele, do cabelo e a roupa que bem entendermos. É possível parecer uma princesa ou uma vampira. E, se achou muito, prepare-se: a liberdade não acaba por aí. É possível ainda beijar, abraçar e até dar uma rasteira, chutar ou socar seu amigo sem nenhuma consequência. É capaz de seu amigo achar engraçado e lhe devolver na mesma moeda, num tom super amistoso.
Eis então o supra-sumo da felicidade, amigos! Pelo orkut, eu posso saber da vida do meu ex-namorado, como ele se sente ou quer que eu ache que ele se sente (sim, porque ele sabe que não é o único a bisbilhotar). Pelo orkut eu posso saber mais da vida do meu próximo alvo. Saber, pelas suas comunidades, se ele vale mesmo a pena. Posso ler toda a conversa da minha amiga com o mais novo peguete dela e definir se a aconselho a investir ou a dar um fora. Posso investigar qualquer coisa do mundo, afinal o site é do google...(e se existe, logo está no google!)
Aliás, se por um lado o orkut dá a liberdade de sermos quem quisermos, por outro acaba com nossa privacidade, já que qualquer um pode ler meus recados e ver meus álbuns de fotografias sem problemas (dá até pra roubar fotos!). Tem até a sessão dedicada à fofoca: onde uns amigos falam sobre mim para os outros...eles chamam de depoimento, mas o nome disso para mim é fofoca!
Agora até teste de Q.I. tem lá. E sua pontuação (fajuta ou não, pois o teste é bem suspeito) fica exposta para seus amigos. Assim como a música que você ouve, os livros que leu, o time que torce. Uma sorte de aplicativos que te deixam cada vez mais livre para se mostrar como quiser e com cada vez menos privacidade pra viver sua vida (real) em paz. Sim, porque o que acontece na rede é assunto fora dela também.
O que se faz vai parar no orkut e o que acontece no orkut acaba virando real.
Acabo de chegar a uma conclusão: o orkut é como o Big Brother. Só que bem pior: a galera convive, conversa, ouve música, vê filmes, dança, ri, briga, dorme, alguns são eliminados, alguns se eliminam. Muitos enchem o saco de outros tantos...
Mas no final ninguém sai rico ou com um carro 0 Km nas mãos.

Uma grande pena, se afinal pensarmos bem.
Hormônio Feminino que nos muda tanto,
apareça apenas uma vez por mês.
Mude nossos pensamentos, mas não com tanta velocidade.
Mude nosso corpo, mas não com tanta vontade.
E não nos fazei cair em contradição,
pois a verdade e a sanidade ainda precisam ser mantidas e resgatadas.
Amém.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Signos...eles de novo!

Meus signos são irritantemente fáceis de serem lidos...
Música! Música!
Nada melhor no mundo pra me fazer bem.
Alta, de preferência. Mas só na minha orelha...
Se o mundo acabasse em música eu simplesmente morreria feliz.
Satisfeita.
Crio uma barreira em mim quando há música.
Ou tento criá-la.

cama, música e silêncio...
invetigue!
algo está errado. E sabe o que é?
Nada!
Nunca é nada...mas sempre tanto.

sábado, 10 de janeiro de 2009

E de novo fico eu aqui esperando Godot....
Aquele senhor de barbas brancas...
Um dia ele vem...
Quem sabe amanhã.
É, com certeza ele vem amanhã. Foi o que ele disse!
Vamos ficar aqui esperando.

Todo os dias têm amanhã mesmo...
Esses dias eu tenho entendido por que as pessoas insistem em fazer o que não querem fazer.
Provavelmente é a necessidade...
E eu insisto em querer chorar.
Mas eu não quero querer.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

É estranho...

E estranho a falta que faz.
Eu estranho que se faça,
Estranho que não se queira fazer.
Estranhamento infeliz que não se
contenta em existir.
Lhe faz necessário lembrar-nos
a sua existência.
Cutucar.
Angustiar.
Estranho que se queira,
Eu estranho não fazer.
A falta é estranha e
Mais estranho é não ter.


(07-01-09)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Estive pensando o que escrever no primeiro post de 2009.
Deveria ser algo especial...Ou mais relevante...ou...
Ou simplesmente não.

É somente o primeiro. Não é o único, não é o último...não precisa ser o melhor.

Eu costumo me repetir isso sempre que alguma coisa acontece e eu não gosto muito ou não corresponde às minhas expectativas. Nada deve ser esperado ou imaginado demais...isso só traz decepção! Sério...!

Então...o primeiro não precisa ser o melhor.
O primeiro nem mesmo precisa ser bom!
Ele vai ter que aparecer algum dia, para que hajam os segundos e até os que parecem ímpares e finalmente os últimos.

Os "1º's" são apenas degraus.
E necessitam ser utilizados, como em qualquer escada.

Por tanto, primeiramente...sem nada que possa ser especial, extaordinário ou excepcional...
Boas-vindas ao ano novo que se apresenta e promete ser tudo o que não se deve esperar!

[...]
Reticências ansiosas esperando por todos os próximos primeiros possíveis!